A ida de Neymar para a Arábia Saudita pode ter surpreendido o planeta, mas ele é apenas mais um na extensa relação de atletas de futebol que migraram para o país árabe neste ano. O Brasil igualmente dispõe de uma significativa quantidade de talentos na Saudi Pro League, especialmente após o recente período de contratações do verão.

Ademais, o Al-Hilal possui uma longeva tradição de atrair profissionais brasileiros. Dentre eles, mesmo antes da chegada da antiga estrela do PSG, onze conterrâneos deixaram sua assinatura na equipe durante quatro décadas passadas.

11 brasileiros que precederam Neymar no Al-Hilal

De Rivelino a Carlos Eduardo, aqui estão onze futebolistas brasileiros que contribuíram para a trajetória vitoriosa do Al-Hilal.

Rivelino: reconhecido como o maior ídolo do clube, foi o pioneiro brasileiro a vestir a camisa do Al-Hilal. Rivellino desembarcou em 1979 com 33 anos, seguindo a profissionalização da competição saudita. A lenda do futebol brasileiro celebrou a conquista do campeonato e do torneio nacional, registrando 23 tentos em 50 partidas. Em 1981, ele pendurou as chuteiras.

Zagallo: conduziu Rivellino à Arábia Saudita após a Copa do Mundo de 1970. Com experiência prévia na seleção do Kuwait, Mário Jorge Lobo Zagallo aderiu ao Al-Hilal por influência do Sheikh Fahd, assumindo a seleção em 1978 e em seguida facilitando a transferência de Rivelino. Malgrado sua brevidade, o Velho Lobo é tido como o mais destacado técnico do clube, tendo arrecadado o campeonato saudita em 1978/79, no inauguro campeonato com atletas internacionais.

Rubens Minelli: assumiu o posto de Zagallo no comando do Al-Hilal e possuía uma carreira igualmente prestigiada. No papel de treinador, Minelli liderou a equipe ao título da Copa do Rei no início da década de 80, com Rivelino à frente do esquadrão. Posteriormente, Minelli dirigiu a seleção saudita, sendo sucedido por László Kubala no clube.

Dé Aranha: ícone da bola carioca, o atacante Dé foi parceiro de Rivelino no tempo de Al-Hilal. Depois de sua jornada pelo Botafogo, ingressou no clube saudita em 1980 e lá ficou por aproximadamente dois anos. Levantou um troféu nacional (1980) antes de voltar ao Bangu.

Sérgio Soares: figura reconhecida no âmbito do futebol de São Paulo, ele se destacou inicialmente na Juventus. O atleta despertou o interesse dos Azuis no início dos anos 90, e selou contrato com o clube em 1992. Durante seu biênio no Al-Hilal, o meio-campista teve uma permanência marcante, erguendo duas Copas dos Clubes Campeões Árabes. Reza a lenda que seu prestígio era tal que ele dificilmente podia caminhar em público.

Candinho: o antigo estrategista da Portuguesa em 1996 liderou o Hilal em quatro instantes. Por lá, angariou cinco títulos locais, abarcando campeonato, torneio e copa da liga. Sua perícia como técnico o catapultou a comandar a seleção saudita durante a jornada da Copa de 1994.

Serginho: mesmo não tendo atingido ponta de destaque no cenário nacional nas passagens por Corinthians, Vasco e Botafogo nos 90, Serginho foi entitulado “Serginho da Arábia”. Defendeu o Al-Hilal de 1999 a 2001 e se tornou ícone na conquista da Copa da Ásia em 2000. Sagrou-se melhor jogador do certame e do cenário futebolístico saudita. Ainda na região, atuou por inúmeras equipes, mas não repetiu tal êxito no Brasil.

Marcos Paquetá: reconhecido pelos seus empreendimentos nas divisões inferiores do Flamengo e equipes juvenis, em 2003, ostentou os títulos da Copa do Mundo Sub-20 e Sub-17 com o Brasil. Breve após, aceitou o convite para gerir o Al-Hilal, onde foi coroado como campeão saudita e ergueu a Copa do Rei. Com uma reputação robusta, comandou a equipe nacional no Mundial de 2006. Apesar da eliminação prematura, presidiu por mais alguns meses antes de um segundo ciclo com o Al-Hilal. Até a chegada de Péricles Chamusca, em 2019, Paquetá foi o último técnico brasiliano da instituição.

Camacho: Desde o alvorecer do novo milênio, o ingresso de futebolistas brasileiros no Al-Hilal intensificou-se. Entre eles, nomes como Roni, Túlio, Leandro Ávila, Somália e Giovanni se destacam. Contudo, o volante Camacho foi um dos mais destacados. Antigo atleta do Botafogo e peça-chave para ascensão à Série B em 2003, assinalou o decisivo tento que rendeu ao Al-Hilal a glória da Liga Saudita em 2004/05. Permaneceu somente por duas estações, mas foi laureado como o melhor jogador estrangeiro da nação e liderou a artilharia da equipe.

Thiago Neves: sua presença inicial pelo esquadrão se deu em 2009, vindo do Hamburgo. Transformou-se na referência técnica da equipe na temporada vitoriosa da Liga Saudita em 2009/10. Também protagonizou em parte da campanha de vitória dupla, antes de transferir-se para o Flamengo em 2011. Retornou ao solo saudita em 2013 e foi figura central na Liga dos Campeões da Ásia de 2014.

Carlos Eduardo: o recordista de embates e gols pelo Al-Hilal entre os jogadores brasileiros. Durante cinco temporadas, de 2015 a 2020, se eternizou como uma lenda da agremiação. Anotou 75 gols em 147 partidas e celebrou três conquistas da liga saudita. Embora tenha perdido a etapa final da Liga dos Campeões Asiáticos de 2019, realizou um Mundial de Clubes de destaque e recebeu a Bola de Bronze como terceiro atleta mais notável.

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