Rafaela Silva, judoca brasileira criada na comunidade da Rocinha, é uma vencedora por ter chegado às Olimpíadas de Paris 2024. Superando obstáculos como o racismo e uma suspensão de dois anos por doping, ela voltou ao tatame olímpico onde conquistou ouro na Rio 2016. Nesta segunda-feira, na categoria peso-leve (até 57kg), Rafaela parecia encaminhada para uma medalha nas fases preliminares, mas sofreu duas derrotas consecutivas: na semifinal contra a sul-coreana Mimi Huh e na disputa pelo bronze contra a japonesa Haruka Funakubo, ficando fora do pódio na Arena do Campo de Marte.
As derrotas de Rafaela Silva tiveram um sabor amargo de déjà vu. Na semifinal, foi a quinta derrota consecutiva para Mimi Huh, e na disputa pelo bronze, ela foi desclassificada por uma técnica ilegal, similar à desclassificação em sua primeira participação olímpica em Londres 2012.
“É muito difícil, o pessoal que acompanha na França realmente aprecia o judô. Mas eu queria a medalha, trabalhei muito. Queria estar dando outra entrevista aqui. Peço desculpas, porque hoje não consegui. A gente se conhece muito, eu estou nesta categoria desde 2008 e já enfrentei muitas vezes essas adversárias. Hoje a diferença foi no detalhe e, no meu detalhe, acabei falhando e fiquei sem a medalha,” desabafou Rafaela, emocionada após a derrota na disputa pelo bronze.
A Luta pelo Bronze
Rafaela Silva entrou no tatame determinada a buscar o bronze. Desde o início do combate, ela partiu para cima com agressividade, quase encaixando um uchi-mata logo de início. Tentou uma projeção para finalizar, sem sucesso. A brasileira recebeu um shido (punição) na sequência, mas a japonesa também foi punida por falta de combatividade. Rafaela continuava buscando a luta, mas Funakubo se defendia bem.
O combate foi para o Golden Score, um momento de grande tensão com muita briga pela pegada. Rafaela Silva recebeu nova punição por falta de combatividade, sentindo a pressão. Teve dificuldades para segurar a manga e projetar a adversária. Após tentar uma derrubada, quase foi pega numa chave de braço. Arriscou novamente um uchi-mata, sem sucesso, enquanto Funakubo buscava a transição. Rafaela se defendeu e, aparentemente com dores nos olhos, demorou a se levantar. Após uma longa interrupção, voltou a atacar, mas sem sucesso em derrubar a adversária.
Com 4min26s, Funakubo foi punida por movimento ilegal. A próxima punição definiria a luta, e ela veio para Rafaela. Ao tentar uma projeção, mergulhou a cabeça no tatame, o que é proibido. Após revisão de vídeo, a técnica ilegal foi confirmada e Rafaela foi desclassificada.
A Semifinal
Na semifinal, Rafaela Silva enfrentou Mimi Huh, atual campeã mundial, em um jogo tenso. Quase sofreu um waza-ari logo no início, mas o árbitro voltou atrás após revisão em vídeo. A disputa se resumiu a entradas de queda de Huh e defesas de Rafaela, com tentativas frustradas de finalização por parte da brasileira.
O confronto foi para o Golden Score, onde Rafaela recebeu seu segundo shido por falta de combatividade. Quase conseguiu uma projeção, mas Huh defendeu por pouco. Pouco depois, a sul-coreana imobilizou Rafaela, segurando por 10 segundos e garantindo o waza-ari, vencendo a luta e assegurando a vaga na final. Esta foi a quinta vitória de Huh em cinco confrontos com Rafaela.
Fases Preliminares
Nas preliminares, Rafaela Silva mostrou um desempenho impressionante. Nas oitavas de final, venceu a turcomena Maysa Pardeyva por ippon com uma chave de braço. Nas quartas de final, derrotou a georgiana Eteri Liparteliani por ippon automático em menos de dois minutos de luta.
Rafaela Silva, mesmo sem uma medalha em Paris 2024, demonstrou grande determinação e espírito de luta. Sua trajetória é marcada por superação e resiliência, e sua participação nas Olimpíadas é uma prova de sua força e perseverança. A desclassificação e as derrotas não diminuem seu legado, mas sim destacam os desafios e a coragem de uma atleta que continua inspirando muitos ao redor do mundo.
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