Após a vitória elástica do Brasil por 4 a 0 diante do Panamá, na segunda-feira (24), em Adelaide, a comandante Pia Sundhage aplaudiu a atuação da seleção. Ela ressaltou o comportamento exemplar da equipe em campo, pontuando a dedicação, a energia positiva e enfatizou a competência dos atletas do Brasil, reconhecendo que essa característica é um trunfo para o Mundial.

“Não preciso ensinar nada a eles em momentos decisivos frente ao gol. Eles têm a essência brasileira. Eles surpreendem. Eles descobrem várias abordagens criativas na ofensiva. No terceiro tento, que foi maravilhoso, ao estilo do Brasil, achei que o Ary iria finalizar a jogada”, relatou a treinadora, referindo-se ao lance em que Ary Borges, pronto para marcar, optou por passar a bola para Bia Zaneratto, ludibriando a zaga rival.

Pia confessou que sentiu apreensão com a primeira aparição dos jogadores que estavam debutando em um Mundial. Eram nove estreantes naquele confronto contra o Panamá: Letícia, Antônia, Lauren, Bruninha, Duda Sampaio, Adriana, Gabi Nunes, Kerolin e Ary Borges.

“Havia uma inquietação em como se sairiam. No entanto, todos se desempenharam exemplarmente. Sinto-me honrada por eles. Nosso elenco transmite um entusiasmo contagiante, que irradia muita vitalidade e isso repercute nos jogos seguintes”, explanou, durante uma coletiva de imprensa realizada no Hindmarsh Stadium.

Consciente dos desafios iminentes da competição, a comandante enfatizou o imperativo de realinhar as atenções do grupo para o embate frente à França, no sábado (29), um dos confrontos mais aguardados do Grupo F na Copa do Mundo.

“Estou contente, foi a primeira partida, sempre há dificuldades. Demonstramos um excelente futebol, propiciamos muitas chances, convertemos quatro tentos. Contudo, agora é o momento de mirar na França, uma equipe com um estilo de jogo bastante distinto. O fundamental é que acumulamos confiança com esse começo vitorioso.”

Precisamente após a conclusão do jogo, reunidos em círculo no gramado, Pia Sundhage, junto aos jogadores, ao restante da equipe técnica e parte da comitiva brasileira na Austrália, louvou o espírito coletivo do time brasileiro e ressaltou: os festejos pela conquista eram válidos e essenciais, mas a preparação para o confronto com os franceses deveria ser a preocupação central daqui para frente.

Ademais, aproveitou para elogiar Ary Borges, responsável por três gols e pelo passe decisivo para Bia Zaneratto, e explicou a substituição pela Marta, aos 30 minutos da etapa complementar, com uma pitada de bom humor.

“Já havia concretizado o triplete, portanto, era necessário substituí-la”, comentou, insinuando que Ary Borges já havia desempenhado seu papel na partida a contento. “Agora é nossa obrigação custear o jantar dela”, brincou.

A técnica também observou a vontade de colocar Marta em campo e que o ingresso da renomada jogadora estava nos planos. “Ela precisa recuperar o ritmo de jogo e tínhamos o desejo de prepará-la para os próximos jogos do torneio.”