Já se dissiparam quase cinco luas desde que Neymar partiu rumo ao Al Hilal, na península Arábica, contudo seu traspasse pregresso, que o transportou do Barcelona ao Paris Saint-Germain, agora se encontra sob a lupa das autoridades judiciárias francesas. Os detetives judiciais escrutinam eventuais descompassos tributários, em uma questão que impacta não apenas o esquadrão da capital francesa, mas igualmente as diretrizes governamentais.

Conforme relatórios divulgados pelo diário Libération, Jean-Martial Ribes, antigo diretor de relações públicas do PSG, buscou junto ao Executivo “benevolências tributárias” para solver, em 2017, a multa contratual de Ney na casa dos 222 milhões de euros, imposta pelo seu então clube, o Barça.

No dispositivo móvel de Ribes, já inculpado por corrupção e manipulação para obtenção de benefícios indevidos, foram descobertos inúmeros SMS e comunicações via WhatsApp intercambiadas com Hugues Renson, ex-membro do partido do presidente Emmanuel Macron e pregresso vice-presidente da Assembleia Nacional (casa legislativa inferior da França).

Essas comunicações insinuam que Renson atuou como agente intermediador para induzir o Executivo a dispensar o PSG de certas taxas fiscais atreladas à contratação do astro brasileiro e, como contrapartida, o então parlamentar “auferiu de uma série de ingressos para partidas”, dentre outros privilégios.

A referida apuração, que segundo a imprensa francesa encontra-se em seus estágios iniciais, pode repercutir também em Gérald Darmanin, que desempenha atualmente o papel de Ministro do Interior, e que era o Ministro das Contas Públicas quando Neymar assinou com o clube parisiense.