O magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, revogou a suspensão de Ednaldo Rodrigues da chefia da CBF.

Após um período de 27 dias afastado da liderança, o dirigente antes destituído retorna à posição na confederação.

Para prevenir sanções

O juiz alertou que o Brasil corria o risco de ser banido de torneios globais, incluindo a Copa do Mundo em 2026, e também dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. Observe um trecho do veredito de Gilmar Mendes:

“Encontra-se iminente até amanhã (01.5.2024) o prazo para registrar a equipe nacional de futebol do Brasil, que é a atual campeã olímpica duas vezes consecutivas, no processo qualificatório para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024, procedimento que poderá ser comprometido se efetuado por um gestor que não possua reconhecimento das respectivas instituições internacionais”.

Ausência de Ednaldo

O imbróglio que levou à remoção de Ednaldo do poder na CBF emanou de uma demanda judicial vinculada à sua eleição como mandatário para o período de 2022 a 2026.

Ele assumiu o posto em agosto de 2021, em substituição a Rogério Caboclo, que foi destituído em face de acusações de assédio moral e sexual.

Ednaldo, contando com a aprovação de 23 dentre as 27 federações estaduais, tomou o lugar de Caboclo.

Entretanto, em seu período de gestão, Ednaldo buscou concluir uma disputa legal iniciada em 2015 com clubes das Séries A e B, que reivindicavam poder de voto na escolha presidencial da CBF.

A tentativa de conciliação proposta pelo Ministério Público foi celebrada com os clubes, levando à realização antecipada das eleições para 2022, ocasião na qual Ednaldo foi agraciado para um mandato de 2022 a 2026.

Contrariamente, os vice-presidentes eleitos para o mandato de 2017 a 2023 na administração Caboclo impugnaram essa resolução, reivindicando a perda de um ano de mandato, instaurando um conflito nos tribunais.

O Tribunal de Justiça, em seu parecer datado de 7 de dezembro, mencionou que o Ministério Público carecia de legitimidade para intervir no caso e efetuar o acordo em 2022, invalidando a eleição prévia.

Suspensão das novas eleições

O presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), José Perdiz, assumiu provisoriamente a CBF e estava incumbido de agendar um novo pleito em até 30 dias corridos.

O intervalo estipulado, portanto, elapsaria na semana do dia 22 de janeiro de 2024 para o exercício de eleger um novo gestor na CBF. Com a reinserção de Ednaldo, as eleições encontram-se em pausa temporária.

As votações para a presidência estão programadas para março de 2023, pertencentes ao período “correto” da gestão de Ednaldo. O mandatário, em conversa com a revista VEJA, já declarou que não almeja se reeleger:

“É necessário aguardar a delegação da FIFA e da Conmebol, bem como as deliberações judiciais, para deslindar o panorama e chegar a uma resolução. Por minha parte, após amadurecimento com a minha família, estabeleci uma promessa: finalizei minha jornada em competições eleitorais.”