A vitória da Seleção Brasileira contra o Chile por 2 a 1 trouxe alívio para a equipe, mas o desempenho em campo ainda deixa muito a desejar. Se não fosse o gol de Luiz Henrique, aos 43 minutos do segundo tempo, a situação seria bem diferente. O Brasil poderia estar fora do grupo das seis seleções sul-americanas que se classificam diretamente para a Copa do Mundo, algo que seria um verdadeiro desastre. O empate deixaria a equipe atrás da Bolívia e empatada com a Venezuela, na sétima colocação, que leva à repescagem. Um cenário que colocaria ainda mais pressão sobre o time e o técnico Dorival Júnior.

Com a vitória, o Brasil garantiu pontos importantes e uma trégua, pelo menos até o próximo jogo. No entanto, a equipe ainda tem muito a evoluir. Mesmo com o alívio temporário, o futebol apresentado segue abaixo do esperado, repetindo problemas que já vêm se arrastando há algum tempo.

A pior campanha do Brasil nas Eliminatórias

Apesar do triunfo sobre o Chile, o Brasil está vivendo sua pior campanha em um primeiro turno de Eliminatórias para a Copa do Mundo. A Seleção está longe de apresentar o futebol vistoso que os torcedores esperam, e o desempenho dos últimos dois anos tem deixado muito a desejar. No entanto, com a vitória, a equipe ganha um respiro e um ambiente de menor pressão para trabalhar e corrigir os erros.

A falta de empolgação com o futebol da Seleção é algo que tem se repetido desde a Copa América. A equipe ainda sofre com a construção das jogadas e a falta de criatividade no meio-campo. Mesmo com a posse de bola elevada, girando em torno de 70%, o Brasil teve dificuldades para transformar esse domínio em oportunidades claras de gol.

O poder de reação da Seleção

Apesar das críticas, é preciso reconhecer a resiliência do time brasileiro. Após sofrer um gol com apenas 86 segundos de jogo, o Brasil conseguiu se reerguer e controlar grande parte da partida. A capacidade de reagir e buscar a virada fora de casa é um ponto positivo, especialmente em um cenário tão adverso.

Durante o restante da partida, a Seleção não correu grandes riscos, e o goleiro Ederson foi pouco exigido. A equipe teve mais controle de bola e soube administrar bem o jogo após o susto inicial. No entanto, ofensivamente, o Brasil ainda está longe do ideal, com poucas variações táticas e uma dependência excessiva de jogadas pelas laterais.

Destaques individuais e estreias promissoras

Entre as poucas boas notícias da partida, estão as estreias de Abner e Igor Jesus com a camisa da Seleção. O lateral-esquerdo Abner mostrou personalidade ao atacar e defender, ajudando a alargar a defesa chilena com ultrapassagens consistentes. Já o atacante Igor Jesus, do Botafogo, foi fundamental ao empatar o jogo no final do primeiro tempo, com um cabeceio preciso.

Apesar de ainda ser cedo para qualquer conclusão sobre os dois jogadores, suas atuações iniciais foram animadoras. Encontrar alternativas viáveis para posições problemáticas é algo crucial para o Brasil neste ciclo de Copa do Mundo, especialmente com a necessidade de renovação no elenco.

Problemas persistentes na defesa e no ataque

Mesmo com os destaques individuais, os problemas coletivos do Brasil seguem sem solução. A defesa continua cometendo erros, e jogadores como Danilo têm contribuído pouco ofensivamente, além de vacilar na defesa. Erros técnicos também são recorrentes, prejudicando o desenvolvimento das jogadas de ataque e impedindo que a equipe tenha um desempenho mais fluido.

O esquema tático de Dorival Júnior, uma espécie de 3-2-5 quando o Brasil tem a posse de bola e 4-4-2 na defesa, ainda não parece ter encaixado. As linhas de defesa e ataque jogam distantes, e isso contribui para a dificuldade do time em criar jogadas pelo meio. O Brasil tem abusado das jogadas pelas laterais, principalmente com Savinho fixo na direita e Rodrygo e Raphinha alternando posições com bastante mobilidade.

Apesar de uma leve melhora ofensiva em relação aos jogos contra Equador e Paraguai, o desempenho ainda está aquém do esperado para uma equipe que busca uma vaga direta para a Copa do Mundo. O Brasil precisa encontrar formas mais eficazes de construir jogadas pelo centro e reduzir a dependência dos ataques pelas laterais.

Trégua momentânea para Dorival Júnior

A vitória trouxe uma trégua temporária para o técnico Dorival Júnior, que tem sido alvo de críticas pelo desempenho da equipe. Resolver os problemas do time será um grande desafio, mas a pressão diminuiu, pelo menos até o próximo jogo contra o Peru, o lanterna das Eliminatórias.

Enfrentar o Peru, que ocupa a última colocação na tabela, deve ser uma oportunidade para o Brasil consolidar a recuperação e melhorar o desempenho. Contudo, se a equipe repetir os mesmos erros, a paz conquistada com a vitória sobre o Chile pode rapidamente se transformar em nova pressão.

O caminho para a recuperação

Para o Brasil voltar a ser competitivo e conquistar a confiança dos torcedores, será necessário muito trabalho e ajustes no esquema tático. O talento individual dos jogadores é inegável, mas a falta de coesão e os erros recorrentes precisam ser corrigidos o quanto antes. Com menos pressão, Dorival Júnior terá tempo para trabalhar essas questões, mas o caminho até a Copa do Mundo exige melhorias significativas.

A resiliência mostrada pela equipe ao buscar a virada contra o Chile é um sinal de que o time tem potencial, mas esse tipo de desempenho precisa ser constante. Além disso, é fundamental que o Brasil encontre alternativas táticas e ajuste a defesa para evitar os erros que têm comprometido os resultados.

Próximo desafio: confronto contra o Peru

Com a vitória sobre o Chile, o Brasil agora volta suas atenções para o confronto contra o Peru. O jogo será uma nova oportunidade para a Seleção mostrar evolução e tentar alcançar um desempenho mais consistente. A expectativa é que a equipe mantenha a posse de bola, mas que também consiga criar mais chances claras e finalizar melhor.

Uma vitória contra o Peru pode consolidar a recuperação do Brasil nas Eliminatórias e aliviar ainda mais a pressão sobre Dorival Júnior. No entanto, será necessário que o time apresente um futebol mais organizado e menos dependente das jogadas pelas laterais.

Embora a vitória contra o Chile tenha trazido alívio à Seleção Brasileira, o desempenho da equipe ainda está longe do esperado. Os problemas defensivos e a falta de criatividade no ataque continuam sendo grandes obstáculos. No entanto, a resiliência mostrada na virada é um ponto positivo que pode ser trabalhado nos próximos jogos.

O Brasil agora terá um pouco de paz para corrigir os erros e buscar um futebol mais consistente, começando pelo próximo desafio contra o Peru.

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