Um estudo encomendado pelo Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) e realizado pela LCA Consultoria Econômica aponta que as apostas online não têm aumentado o endividamento dos brasileiros de forma significativa. A pesquisa analisou dados sobre o impacto econômico das apostas virtuais e concluiu que o gasto com esse tipo de entretenimento representa menos de 0,5% do consumo total das famílias no país, além de afetar apenas uma pequena parcela do orçamento dos apostadores.
Diferenças entre o Estudo LCA e as Projeções do Banco Central
A análise encomendada pela IBJR sugere que o impacto econômico das apostas online é inferior ao estimado pelo Banco Central em seu último levantamento. O BC havia projetado que, entre janeiro e agosto de 2024, o volume mensal de transações nas plataformas de apostas variou de R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões, totalizando um fluxo financeiro anual de pelo menos R$ 216 bilhões. No entanto, a LCA aponta que grande parte desse valor é retornado aos jogadores como premiação, reduzindo o gasto líquido para cerca de R$ 16,3 bilhões anuais.
Eric Brasil, diretor da LCA Consultoria Econômica, explica que o Banco Central não errou em suas estimativas, mas destacou o volume bruto de transações sem diferenciar o valor efetivamente retido pelas plataformas. “Se apenas 15% do valor das transações é retido pelas casas de apostas, então pelo menos 85% são devolvidos aos apostadores,” afirma Brasil, ressaltando que é necessário considerar o fluxo de premiações para calcular o verdadeiro impacto econômico do setor.
Impacto Limitado no Consumo das Famílias
O estudo da LCA indica que, quando descontados os valores das premiações, o gasto com apostas representa uma parcela de 0,2% a 0,5% do consumo total das famílias brasileiras. Esse percentual, embora expressivo, não indica que o mercado de apostas esteja gerando um impacto negativo significativo nas finanças familiares. Segundo Brasil, o valor retido pelo setor é compatível com o de outros setores de entretenimento, como cinemas e eventos esportivos.
Para a IBJR, esses dados demonstram que as apostas online não estão gerando um endividamento generalizado na população, mas representam apenas uma modalidade de entretenimento para os apostadores que escolhem participar do mercado de apostas. Essa conclusão é relevante no contexto das novas regulamentações para o setor, que devem entrar em vigor em janeiro de 2025, impondo uma estrutura de fiscalização mais rígida para proteger os consumidores.
Polêmica sobre o Uso de Benefícios Sociais
Apesar da conclusão de que o impacto das apostas no endividamento é limitado, o relatório trouxe à tona uma polêmica sobre o uso de recursos provenientes do Bolsa Família em apostas online. Em agosto de 2024, o Banco Central registrou que beneficiários do programa destinaram cerca de R$ 3 bilhões a plataformas de apostas. No entanto, a LCA argumenta que, após descontar as premiações, o valor líquido investido pelos beneficiários seria próximo de R$ 450 milhões – o que corresponde a aproximadamente 3% do orçamento do Bolsa Família.
A IBJR defende que a discussão sobre o uso do Bolsa Família em apostas é válida, mas alerta que o debate deve ser embasado em dados reais, que considerem o retorno de prêmios aos apostadores. A questão envolve aspectos éticos e de política pública, levantando dúvidas sobre como regulamentar o setor de apostas para proteger as populações vulneráveis sem prejudicar o direito ao entretenimento de quem recebe benefícios sociais.
Comparação com Outros Mercados de Entretenimento
Ao comparar o mercado de Apostas online com outros setores de entretenimento, o estudo conclui que os gastos com apostas são semelhantes ao de categorias como cinema, shows e esportes. Essa semelhança reforça a ideia de que as apostas são, para muitos brasileiros, uma forma de lazer e não uma atividade que compromete financeiramente suas famílias.
Segundo a LCA, o montante anual de R$ 16,3 bilhões retido pelas plataformas de Apostas online representa uma parcela modesta do PIB brasileiro, variando entre 0,1% e 0,3% da economia nacional. Esses números sugerem que, embora o mercado de apostas seja relevante, seu impacto no endividamento e na economia como um todo é limitado.
Divergências sobre o Efeito no Comércio e no Endividamento
O Banco Central apontou que as apostas online podem desviar parte da renda das famílias que poderia ser destinada a outros setores, como o varejo, o que teria reduzido o crescimento do setor de 2,2% para 2,1% no Brasil em 2024. No entanto, Felipe Tavares, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), explica que o impacto desse desvio é moderado e distribuído ao longo do ano, o que não resulta em um problema sistêmico ou em endividamento generalizado.
A CNC indica que a inadimplência entre brasileiros mantém-se relativamente estável desde o ano passado, mesmo com a presença do mercado de apostas. Embora haja casos de inadimplência associados às Apostas online, Tavares afirma que “não temos evidências de que o setor de apostas esteja impactando significativamente o comércio ou o endividamento das famílias”.
Perspectivas para o Futuro do Mercado de Apostas online no Brasil
O debate sobre o impacto das apostas no endividamento dos brasileiros ocorre em um momento em que o Brasil está prestes a implementar uma regulamentação mais rígida para o setor. A partir de 2025, as plataformas de apostas deverão cumprir uma série de requisitos, como controle de publicidade e medidas de proteção ao jogador. Essa regulamentação tem como objetivo garantir que o mercado de Apostas online opere de maneira transparente, segura e alinhada aos interesses dos consumidores e da sociedade.
O IBJR acredita que o cumprimento das regulamentações ajudará a criar um ambiente mais seguro para os apostadores, reduzindo ainda mais o risco de endividamento. A associação defende a criação de um grupo de trabalho multissetorial, envolvendo bancos, especialistas e governo, para avaliar continuamente o impacto das apostas e ajustar as regulamentações conforme necessário.
Conclusão
O estudo da LCA Consultoria Econômica, encomendado pelo Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, sugere que as apostas online não têm aumentado significativamente o endividamento das famílias brasileiras. Ao considerar o retorno das premiações, o impacto financeiro das apostas é relativamente baixo, representando menos de 0,5% do consumo das famílias.
Com a regulamentação que entrará em vigor em 2025, espera-se que o setor de Apostas online seja monitorado e controlado de maneira mais eficaz, protegendo os consumidores e garantindo que o mercado funcione de forma segura e responsável. A expectativa é de que o debate sobre o impacto das apostas no Brasil continue, com foco em medidas de proteção aos jogadores e em políticas que assegurem o crescimento sustentável da indústria de jogos no país.
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Gustavo H. Moretto, especialista em cassino com mais de uma década de experiência em jogos online. Analisou milhares de cassinos, caça-níqueis e jogos, dominando bônus, métodos de pagamento e tendências. Seu foco é educar jogadores sobre riscos e recompensas, capacitando decisões informadas em apostas esportivas e cassinos online.