Em uma ocasião do ano anterior, Yaroslava Mahuchikh resolveu cessar a consulta das notícias antes das provas, já que as reportagens e fotografias sobre o derramamento de sangue na Ucrânia, seu país de origem, eram excessivamente perturbadoras.

Sendo uma das célebres atletas de salto em altura globalmente, Mahuchikh estava ciente de que uma atenção plena era vital para executar com excelência sua sequência de corrida de impulso, decolagem e elevação reversa, contudo seus pensamentos frequentemente se desviavam para a crise aflitiva a léguas de seu berço.

Surge como um instinto natural quando sua nação é assolada por guerra e ataques com mísseis recém-lançados ocorrem diariamente – alguns mirando bairros em sua cidade natal.

“É desafiante para mim participar depois de me atualizar sobre foguetes lançados contra civis”, relatou Mahuchikh para a CNN Sport. “Estou refletindo sobre quantas vidas foram ceifadas, quantos lares aniquilados. É penoso.”

Esse método – de tentar desconsiderar a invasão russa à Ucrânia anteriormente às disputas – mostrou-se certo no ano passado. Mahuchikh arrebatou seu inédito título mundial em agosto e, mais tarde, reivindicou com sucesso seu triunfo na Finale da Diamond League em setembro.

Naturalmente, sua autoconfiança está em alta para os meses vindouros. Isso abrange os Jogos Millrose em Nova York neste final de semana, o Campeonato Mundial Interno em Glasgow em março e, em sequência, as Olimpíadas de Verão em Paris durante julho e agosto.

Contudo, não há garantias de sua volta à Ucrânia nesse período, visto que se mudou entre vários núcleos de treinamento pela Europa, na maioria do tempo nos últimos biênios. Em face da guerra, o nomadismo tornou-se uma constante em sua rotina.

“Estou realmente residindo em uma valise”, afirma Mahuchikh, “pois as jornadas nos destituem de um lar.”

Periodicamente, sua prole – a genitora e irmã – juntam-se à jovem de 22 anos enquanto peregrina, mas seu progenitor, tal como numerosos compatriotas, permanece domiciliado em Dnipro. Esse fato frequentemente converte-se em um estímulo de inquietação para Mahuchikh, principalmente quando a urbe oriental vira alvo das ofensivas russas.

“Meu pai me disse que, para um monte de gente, essa é a realidade atual, subsistimos dessa maneira”, relata ela.

“Caso eu não fosse uma desportista de alto nível, possivelmente estaria na Ucrânia”, menciona ela. “Contudo, possuo certas ambições e compito pelo meu país. Represento a Ucrânia nas competições; é meu propósito e missão, acredito eu.”

A agressão russa revitalizou o zelo patriótico de Mahuchikh por sua ancestralidade ucraniana. Em ato de companheirismo, ela enfeitou-se com sombras azul e amarelo – pigmentos da bandeira ucraniana – ao longo do campeonato do ano passado. Ademais, ela se engaja ativamente em empreendimentos para angariar verbas que visam fornecer assentos rodantes para menores órfãos incapacitados na Ucrânia.

Carregando esperanças de amplificar os reveses vivenciados por sua pátria através de sua presença em eventos prestigiosos e seus louros medalhistas como meio, Mahuchikh busca evidenciar as adversidades de sua terra natal.

“Enxergo-me como uma representante da Ucrânia, com a chance de atrair numerosos indivíduos para as dificuldades que os ucranianos encaram atualmente”, manifestou Mahuchikh. “Inúmeras famílias sofrem com agressões de mísseis, e lamentavelmente muitíssimas crianças ficaram órfãs de pais e vice-versa. É de partir o coração. Ademais, é atroz que incontáveis desportistas e preparadores físicos tenham perecido nesta querela. Não obstante, meu principal intento é colaborar com meu país de maneira mais eficiente que puder.”

Segundo Vadim Guttsait, responsável pelo esporte na Ucrânia e presidente do Comitê Olímpico Nacional (NOC) do país, mais de quatro centenas de desportistas ucranianos sucumbiram desde o alvorecer do combate.

Mahuchikh está convicta de que as Olimpíadas vindouras propiciarão aos desportistas ucranianos a promoção de uma mensagem pacifista, embora, inevitavelmente, os Jogos também tenham sido tragados pela geopolítica.

Em especial, o tópico de se os competidores da Rússia e da Bielorrússia, crucial polo militar durante a incursão ucraniana, terão autorização para disputar, converteu-se em um assunto polêmico.

Em dezembro, o Comitê Olímpico Internacional (COI) proferiu que atletas desses países poderiam participar como neutros em Paris, sob a condição de satisfazerem determinados padrões de aptidão.

Por exemplo, somente os esportistas avulsos, excluindo grupos, estão permitidos nos Jogos, e aqueles que endossam ativamente o conflito ou que laboram para as forças militares de suas nações não serão aprovados.

No entanto, são as entidades internacionais que possuem o veredito final acerca da possibilidade de russos e bielorrussos se qualificarem para as Olimpíadas. A World Athletics, que normatiza o atletismo, impediu competidores russos e bielorrussos de eventos “por um período previsto”, o que implica que eles ficarão de fora das competições atléticas Parisienses sob as circunstâncias atuais.

O dilema é divisivo: alguns, como o diretório executivo do COI, sustentam que esportistas individuais não devem ser proibidos de disputar baseados em sua nacionalidade, enquanto outros, dentre eles um consórcio defensor dos atletas ucranianos, postulam que qualquer forma de concorrência russa apenas fortifica o aparato de propaganda daquele país.


Mahuchikh respalda o veredito da World Athletics, convencida que estandartes neutrais evidenciam uma tática falha para ocultar a identidade pátria de um desportista.

“Ao fitar competidores russos… eu visualizo cada conurbação aniquilada, cada existência devastada pelo povo russo, pela confederação russa”, relata ela, agregando que é “complexo” competir contra atletas russos e bielorrussos.

No mês pretérito, mais de duas centenas de atletas ucranianos enviaram um expediente ao mandatário francês Emmanuel Macron, rogando a vedação de russos e bielorrussos nos Jogos.

Entretanto, nem os administradores locais nem o governo da França detêm poder sobre a qualificação para as Olimpíadas, e os organizadores dos eventos parisienses de 2024 sublinharam que a obrigação é do COI e das federações internacionais.

Guttsait já mencionou a hipótese de a Ucrânia recusar-se a participar dos Jogos se atletas russos e bielorrussos obtiverem permissão para competir, apesar de uma solução definitiva ainda estar pendente.

Mahuchikh repudia tal estratégia, argumentando que o evento olímpico deve manifestar “pacificação global”. Ostentando uma medalha de bronze adquirida em Tóquio há três anos, ela se destaca como uma das mais promissoras ucranianas em Paris, almejando ser a primeira de sua nação a obter um ouro no salto em altura.

“Cada atleta aspira competir e arrebatar a medalha dourada”, proclama Mahuchikh. “Estabeleci meus alvos para triunfar e tenho como meta adquirir essa comenda na minha caminhada como atleta.”

Ela reajustou sua técnica preparatória para a estação interna relativa à competição, diminuindo o trecho de sua corrida de impulso para balancear seu incremento de velocidade rumo à barra. Após estrear na estação esportiva em Cottbus, na Alemanha, no final de semana que se passou – conquistando o primeiro lugar ao transpor a melhor marca mundial de dois metros e quatro centímetros – a renovada tática será novamente posta à prova nos Millrose Games.

Essa é a preocupação principal de Mahuchikh no curto prazo, mas em horizonte mais amplo, ela alberga aspirações superiores para sua trajetória profissional – singularmente, o recorde global de Stefka Kostadinova de dois metros e nove centímetros.

A proeza da búlgara subsiste desde 1987, passando a ser uma das performances mais resilientes no cronograma do atletismo universal. Mahuchikh observou esportistas como Karsten Warholm e Mondo Duplantis – ambos, alusivos a ela, endossados pela Puma – instituírem novas marcas nos 400 metros com barreiras e no salto com vara, respectivamente, e anseia juntar-se a tal elenco honorífico.

“Creio que um dia alcançarei 2.10 metros”, elabora ela. “Anseio fazer parte desse grupo seleto de detentores de recordes mundiais.”

Gustavo_moretto
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Gustavo H. Moretto, especialista em cassino com mais de uma década de experiência em jogos online. Analisou milhares de cassinos, caça-níqueis e jogos, dominando bônus, métodos de pagamento e tendências. Seu foco é educar jogadores sobre riscos e recompensas, capacitando decisões informadas em apostas esportivas e cassinos online.