Emissores da candidatura do Brasil para a realização da Copa do Mundo Feminina da FIFA em 2027 estarão presentes junto à principal entidade do futebol nesta quinta-feira (7 de dezembro) para entregar o Livro da Candidatura, um folheto que expõe as propostas do pretendente a país anfitrião. A decisão que poderia assegurar a realização da Copa do Mundo Feminina pela primeira vez na América do Sul será divulgada em 8 de maio de 2024, durante o Congresso da FIFA na Tailândia.
Valesca Araújo, encarregada do planejamento de infraestrutura e operações do evento, Manuela Biz, consultora de comunicação, e Luiza Iglesias, diretora de arte e criadora da marca e identidade visual da campanha, estarão na Suíça para concluir a etapa final do processo de candidatura. A entrega física do folheto faz parte da formalização do trabalho iniciado em maio deste ano, confirmando o interesse do Brasil em ser sede do distinto evento feminino mundial em 2027.
“Nas mãos de três mulheres, trazemos para a FIFA uma proposta que espelha o anseio de consolidar a Copa do Mundo Feminina da FIFA como uma plataforma para o avanço do futebol feminino em todos os níveis, desde a formação de jovens atletas e gestores até a incorporação de políticas de proteção aos direitos das mulheres, dentro e fora das quatro linhas,” disse Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
Ele ressaltou que o Brasil tem aprimorado continuamente sua capacidade de sediar eventos esportivos de grande porte.
“Estamos com um país preparado. Desde 2014, nossas condições evoluíram ainda mais, com aprimoramentos e mais infraestrutura nos estádios. O entusiasmo pelo futebol só cresce no Brasil e estamos em um momento significativo, onde nossas relações com o mundo do futebol têm sido restabelecidas após anos de hiato. O Brasil reconquistou a confiança da FIFA, da Conmebol, da UEFA e de todas as grandes entidades, e isso nos motiva a lutar por este evento,” continuou Ednaldo, referindo-se à Copa do Mundo Masculina de 2014.
Em mais de 160 páginas, o documento sumarizando as propostas brasileiras fornece dados sobre infraestrutura, como descrições dos estádios aptos a receber partidas, centros de treinamento e a rede hoteleira nas dez cidades anfitriãs propostas: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
“Desde o princípio, trabalhamos com a ideia de utilizar apenas os locais construídos ou renovados para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, confirmando o legado daquele torneio no desenvolvimento esportivo e como parte de uma proposta de sustentabilidade ambiental e financeira. Pretendemos também envolver o continente sul-americano, razão pela qual distribuímos as partidas por todas as regiões do Brasil, possibilitando aos torcedores de outros países também desfrutarem de um momento ímpar,” comentou Valesca Araújo.
Jacqueline Barros, executiva de relações institucionais para a candidatura, destaca um ponto crucial no processo. “Conseguimos todas as garantias governamentais exigidas nas demandas, com apoio do Governo Federal, órgãos estaduais e municipais, federações de futebol e também da Conmebol, parceira fundamental para maximizar o impacto da competição no continente.”
O suporte popular e a necessidade por representatividade feminina no ecossistema futebolístico são alguns dos pilares na concepção de um evento feito por e para mulheres, que também se comunica com toda a sociedade. “Nossa estratégia pressupõe a participação ativa de pioneiras do futebol, gestoras, imprensa especializada, sociedade civil, patrocinadores, de modo que, juntos, possamos alcançar mulheres e meninas em busca de um modelo, uma inspiração no esporte, para além das competições. Além disso, nos alinhamos aos objetivos do Brasil como protagonista global na pauta de sustentabilidade econômica, social e ambiental,” explicou Manuela Biz.
Apoiado pelo lema “Escolha Natural,” o pleito brasileiro utilizou as redes sociais para engajar o público brasileiro e sul-americano e recebeu vídeos de apoio de internautas, que constam no filme oficial também entregue à FIFA.
Os rivais do Brasil pela sede da Copa do Mundo Feminina da FIFA em 2027 são: Estados Unidos e México (candidatura conjunta), e o trio formado por Alemanha, Bélgica e Holanda. A África do Sul desistiu da disputa em novembro deste ano. A partir de agora, a documentação de cada proponente será avaliada e, uma vez que as propostas forem aprovadas de acordo com critérios técnicos pré-estabelecidos, os candidatos serão submetidos a um voto no Congresso da FIFA em maio de 2024.
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