Um estudo publicado pela revista científica The Lancet revelou dados alarmantes sobre os viciados em apostas, apontando que cerca de 80 milhões de pessoas no mundo sofrem com a dependência em jogos de azar. Essa pesquisa, conduzida por uma comissão internacional de saúde pública com 22 especialistas de 12 países, destaca o impacto crescente do mercado de apostas e jogos online, que tem se expandido junto com o avanço da tecnologia.
Crescimento dos viciados em apostas Online
O estudo indica que os viciados em apostas são especialmente prevalente entre adultos e adolescentes que fazem apostas online, com índices que chegam a 9% entre os adultos e 16% entre os adolescentes. Esses números são ainda mais elevados para jogos em cassinos online e caça-níqueis, nos quais a dependência alcança 16% e 26%, respectivamente.
Esse crescimento está diretamente relacionado à facilidade de acesso às plataformas digitais, onde as apostas podem ser feitas a qualquer momento e em qualquer lugar. A tecnologia e a cultura de streaming, onde influenciadores e celebridades transmitem suas sessões de jogos ao vivo, também contribuem para o aumento desse problema, tornando o acesso ao mundo das apostas cada vez mais atraente e acessível.
Impacto Econômico e Social do Vício em Apostas
O impacto do vício em apostas vai além da saúde mental e emocional dos jogadores, afetando também a economia e o bem-estar social das famílias. No Brasil, por exemplo, mais de 1,3 milhão de pessoas ficaram inadimplentes no primeiro semestre de 2024 devido a gastos excessivos com jogos de azar, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Muitos apostadores utilizam o cartão de crédito para financiar suas apostas, o que leva ao acúmulo de dívidas e a uma situação financeira delicada para essas famílias.
Além disso, o vício em apostas impacta a capacidade dos indivíduos de arcar com gastos essenciais, comprometendo o consumo em setores fundamentais da economia, como alimentação, moradia e educação. Esse fenômeno cria um ciclo de endividamento e exclusão econômica, especialmente entre as classes sociais mais vulneráveis, onde o impacto do vício em jogos de azar é mais severo.
Influência da Indústria de Apostas na Cultura e no Consumo
A pesquisa da The Lancet também explora como a indústria de apostas tem moldado o comportamento e os hábitos de consumo em diversas regiões do mundo. Um exemplo citado no estudo é o caso de um famoso jogador de futebol brasileiro que, em parceria com uma marca de cassinos online, transmitiu ao vivo suas sessões de apostas por meio de um serviço de streaming, tornando o conteúdo acessível para um público amplo, incluindo adolescentes e crianças.
Essa exposição frequente e sem restrições aos jogos de azar cria uma normalização da atividade, o que pode levar muitos jovens a verem as apostas como uma forma legítima e inofensiva de entretenimento. No entanto, a exposição precoce pode aumentar o risco de vício, principalmente em adolescentes, que estão em uma fase de desenvolvimento e são mais suscetíveis a influências externas.
A Responsabilidade Social e o Papel da Regulação
Para muitos especialistas, o crescimento do vício em apostas e seus efeitos adversos exigem medidas mais robustas de regulamentação e políticas públicas eficazes. Embora a maioria dos governos tenha implementado leis de controle para as apostas, a pesquisa revela que muitos desses esforços ainda são baseados na responsabilidade individual, sem ações coordenadas para combater os danos de maneira mais abrangente.
A The Lancet defende uma abordagem de regulação mais rigorosa, com políticas que restrinjam a publicidade de jogos de azar, especialmente em plataformas frequentadas por jovens. Além disso, é essencial que os governos implementem programas de apoio, que incluam serviços de tratamento acessíveis para pessoas que sofrem de dependência em apostas, assim como medidas de prevenção para minimizar o impacto desse problema.
Dependência em Jogos de Azar e Saúde Mental
O vício em jogos de azar é reconhecido por profissionais da saúde como um transtorno que exige acompanhamento psicológico e tratamento especializado. Pessoas com dependência em apostas apresentam comportamentos compulsivos, como apostar somas cada vez maiores para tentar recuperar perdas, o que resulta em um ciclo vicioso de endividamento e prejuízos pessoais.
As consequências desse vício incluem altos níveis de estresse, ansiedade e, em muitos casos, depressão. Os jogadores que enfrentam problemas financeiros devido às apostas também experimentam um desgaste emocional intenso, que pode afetar seus relacionamentos familiares, trabalho e outros aspectos da vida. Para tratar os Viciados em apostas, são recomendados programas de reabilitação e terapias comportamentais que ajudem a pessoa a compreender e controlar sua compulsão pelo jogo.
Desafios na Prevenção e Controle dos Viciados em apostas
Prevenir o vício em apostas é um desafio significativo, especialmente em um contexto onde a publicidade de jogos de azar está presente nas redes sociais e até mesmo em eventos esportivos. A facilidade de acesso e o anonimato proporcionado pelas plataformas online tornam a atividade ainda mais atraente e, muitas vezes, difícil de controlar.
Uma das estratégias sugeridas pelo estudo da The Lancet é a implementação de limites de gastos e controles rigorosos nas plataformas de apostas, de forma a prevenir comportamentos compulsivos. Outra recomendação é a criação de ferramentas de autoexclusão, onde os próprios jogadores podem optar por restringir o acesso às contas de apostas, caso reconheçam sinais de Viciados em apostas.
A Cultura do Streaming e o Papel das Redes Sociais
O estudo também chama atenção para o papel das redes sociais e das plataformas de streaming na popularização das apostas online. Muitos influenciadores digitais e figuras públicas promovem as apostas como uma forma de entretenimento, o que acaba atraindo um público jovem e impressionável. Essa exposição, sem regulamentação adequada, aumenta a probabilidade de que adolescentes e jovens adultos se envolvam com o jogo de forma precoce, sem uma compreensão clara dos riscos.
Para mitigar esse problema, a pesquisa sugere que os países restrinjam o patrocínio de plataformas de apostas em conteúdos acessíveis para menores e que estabeleçam diretrizes mais rígidas para a promoção de jogos de azar nas redes sociais. Essas medidas poderiam limitar a influência das apostas no público jovem, ajudando a reduzir o risco de Viciados em apostas.
A Aposta na Educação como Ferramenta de Prevenção
A educação é vista como uma das formas mais eficazes de prevenção aos Viciados em apostas. Ensinar os jovens sobre os riscos do jogo, o impacto do endividamento e as consequências de longo prazo da dependência é fundamental para reduzir os índices de vício em apostas. Campanhas de conscientização em escolas e universidades, com foco em educação financeira e responsabilidade, são iniciativas que podem ajudar a evitar que mais pessoas se tornem Viciados em apostas.
A integração de programas educacionais com uma regulamentação mais rígida e o apoio psicológico para os dependentes são aspectos essenciais para enfrentar a questão do vício em apostas de maneira eficaz e sustentável.
Considerações Finais
O estudo publicado pela The Lancet expõe a complexidade dos Viciados em apostas e os impactos que ele gera para a saúde pública, economia e para a sociedade como um todo. Com cerca de 80 milhões de pessoas afetadas no mundo, a dependência em jogos de azar é um problema global que exige atenção, políticas públicas e ações de conscientização.
A implementação de regulamentações rigorosas, aliada à educação e ao apoio para os dependentes, são passos importantes para enfrentar esse problema. À medida que a indústria de apostas continua a crescer, cabe aos governos, instituições e sociedade trabalhar juntos para criar um ambiente seguro e saudável, protegendo as futuras gerações dos efeitos prejudiciais do vício em apostas.
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