Na última segunda-feira (13), Glauber do Amaral Cunha, ex-juiz de futebol, esteve presente em uma sessão confidencial junto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado dedicada à Investigação de Fraudes em Apostas Desportivas e Jogos de Sorte.
Ele é alvo de denúncias relacionadas à adulteração de resultados no torneio estadual do Rio de Janeiro. Por questões de preservação da integridade do inquérito, o Senador Carlos Portinho requereu a sessão a portas fechadas.
A sessão reservada foi julgada imprescindível para garantir um espaço protegido ao depoente para a partilha de informações sem receio de consequências negativas.
Acredita-se que Cunha tenha aceitado suborno para alterar o desfecho de uma partida em uma categoria de base no território fluminense.
No curso da reunião, Glauber optou pelo silêncio, fazendo valer sua prerrogativa legal de não produzir prova contra si mesmo, considerando que era objeto de um inquérito no Rio de Janeiro.
Líder da CPI de apostas solicita invasão de privacidade do ex-juiz
O Senador Jorge Kajuru (PSB-GO) revelou que a comissão vai formalizar um requerimento para acessar informações bancárias e dados de comunicação do ex-juiz.
Kajuru indicou que, perante a recusa dele em colaborar, sugeriu prisão como coação, o que propiciou que os defensores legais dele mostrassem disposição para atuar conjuntamente com a Comissão.
Consequentemente, após uma negociação tensa, Cunha confessou ser a fonte de um áudio onde se discutia a remuneração por manipulação para assinalar uma penalidade máxima, esclarecendo que distribuiu as gravações a um conjunto de juízes.
O ex-árbitro expôs que compartilhou o registro áudio com Rubinho Lopes, dirigente máximo da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ). Por outro lado, o presidente da FERJ repassou a fita a John Textor, acionista principal da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube Botafogo.
O magnata norte-americano então fez chegar o material à CPI do Senado, provocando uma onda de indagações e investigações suplementares.
Assim, Kajuru reconheceu o propósito de convocar o presidente da FERJ para elucidar os motivos que o levaram a disseminar o áudio. Além disso, o Senador busca entender a razão da revelação seletiva do material, excluindo outras interações do conjunto de juízes.
Importante ressaltar que a Comissão Parlamentar de Inquérito tem licença para atuação de até 180 dias dentro do ambiente do Senado.