A estreia de Rosicleide Andrade nas Paralimpíadas de Paris 2024 não poderia ter sido mais emocionante. A judoca potiguar subiu ao pódio ao garantir a medalha de bronze na categoria até 48kg, classe J1, para cegos totais ou com percepção de luz. Com essa conquista, o Brasil celebra sua primeira medalha no judô nas Paralimpíadas deste ano, consolidando a tradição de sucesso da modalidade.
O Caminho da Vitória
Rosicleide Andrade enfrentou um grande desafio na disputa pela medalha de bronze, mas manteve a calma e a confiança ao enfrentar a argentina Rocio Ledesma Dure. A brasileira abriu o placar com um waza-ari e, com uma atuação sólida, finalizou o combate com um ippon, assegurando a medalha de bronze. Essa conquista representa um marco na carreira da atleta, que já havia se destacado no cenário internacional ao vencer o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 e a prata no Mundial de Baku em 2022.
Nascida prematura, com apenas seis meses e pesando 900 gramas, Rosicleide Andrade desenvolveu retinopatia, uma condição que compromete sua visão. Foi apenas há dez anos que ela descobriu o judô, e desde então, vem se dedicando ao esporte com disciplina e paixão. “Estou muito feliz, ainda sem acreditar completamente. Foi meu primeiro ciclo paralímpico, e conseguir essa medalha de bronze na minha estreia é incrível”, comemorou a judoca após a luta.
Com o auxílio de seu técnico, Rosicleide Andrade conseguiu manter a concentração e controle durante todo o combate. A conquista é uma vitória pessoal e também para o Brasil, que há anos brilha no cenário paralímpico.
O Desempenho do Brasil no Judô Paralímpico
O judô é uma das modalidades esportivas mais bem-sucedidas do Brasil nas Paralimpíadas, perdendo apenas para o atletismo e a natação em número de medalhas. Com a medalha de Rosicleide Andrade, o país soma 26 pódios no judô paralímpico, incluindo cinco ouros, nove pratas e 12 bronzes. A trajetória de sucesso do judô brasileiro nas Paralimpíadas é fruto de um trabalho contínuo de apoio e desenvolvimento da modalidade, que tem revelado talentos excepcionais ao longo dos anos.
Em Paris 2024, o Brasil levou a maior delegação de judô da história das Paralimpíadas, composta por 15 atletas, que disputarão em 14 das 16 categorias disponíveis. Isso reflete a força e a representatividade do judô paralímpico no país, que vem se destacando em diversas competições internacionais.
Além da medalha de Rosicleide Andrade, o Brasil teve outros dois judocas em disputas por medalhas de bronze no primeiro dia de competições. Na categoria até 60kg da classe J1, Elielton Oliveira lutou com determinação, mas foi derrotado por ippon pelo indiano Kapil Parmar, ficando fora do pódio. Já na classe J2, para atletas com percepção de imagens, Thiego Marques também não conseguiu conquistar a medalha, sendo superado pelo argelino Ishak Ouldkouider, igualmente por ippon.
O Futuro do Judô Brasileiro nas Paralimpíadas
As expectativas para o desempenho do Brasil no judô nas Paralimpíadas de Paris 2024 seguem altas, com vários atletas ainda em ação. Nesta sexta-feira, cinco judocas brasileiros entram no tatame em busca de mais medalhas: Harlley Arruda (até 73kg J1), Lucia Araújo (até 57kg J2), Brenda Freitas (até 70kg J1), além de Alana Maldonado e Kelly Victorio (ambas na categoria até 70kg J2).
Entre esses nomes, Alana Maldonado é uma das grandes promessas de medalha para o Brasil. A judoca já conquistou diversos títulos internacionais, incluindo o ouro nos Jogos Parapan-Americanos e a prata nas Paralimpíadas de Tóquio 2020. Sua experiência e técnica apurada a tornam uma forte candidata a mais uma conquista em Paris.
Além de Alana, Lucia Araújo também carrega a responsabilidade de manter o judô brasileiro no pódio. A atleta, que tem uma longa trajetória no esporte, já conquistou medalhas em edições anteriores das Paralimpíadas e busca mais um título para sua coleção.
A Importância do Judô nas Paralimpíadas
O judô paralímpico é uma modalidade que exige muita disciplina, técnica e resiliência. Adaptado para atletas com deficiência visual, o esporte permite que os judocas se enfrentem em igualdade de condições, independentemente do grau de perda visual. A principal diferença entre o judô convencional e o paralímpico está no início do combate, onde os atletas começam a luta já em contato físico, eliminando a necessidade de um ajuste de distância.
Para o Brasil, o judô paralímpico é uma fonte constante de conquistas. Desde a inclusão do esporte nos Jogos Paralímpicos de Seul 1988, o país tem se destacado na modalidade, revelando grandes nomes como Antônio Tenório, um dos maiores judocas paralímpicos da história, com quatro ouros conquistados.
Com o apoio de programas de incentivo ao esporte paralímpico e a dedicação dos atletas e equipes técnicas, o Brasil continua a figurar entre as potências do judô mundial. A medalha de Rosicleide Andrade em Paris 2024 é mais um capítulo dessa história de sucesso e mostra que o futuro do judô brasileiro nas Paralimpíadas segue promissor.
A Caminho de Mais Conquistas
As Paralimpíadas de Paris 2024 estão apenas começando, e o Brasil tem muitas chances de brilhar em diversas modalidades. No judô, o país já iniciou sua participação com uma medalha de bronze, mas o objetivo é alcançar ainda mais pódios nos próximos dias de competição.
Rosicleide Andrade, com sua determinação e talento, mostrou que é possível alcançar grandes feitos, mesmo em sua estreia em uma Paralimpíada. Seu exemplo é uma inspiração para muitos atletas, especialmente aqueles que estão começando no esporte paralímpico.
Com uma delegação forte e experiente, o Brasil tem tudo para continuar fazendo história no judô e em outras modalidades nas Paralimpíadas de Paris. Que venham as próximas medalhas!
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