Ícone do site Apostador Brasileiro

Ameaça velada no Brasil: um alerta crucial

Muitos elementos relacionados ao Brasil são complexos para serem compreendidos por estrangeiros. A possível nomeação do treinador italiano Carlo Ancelotti como comandante da Seleção Brasileira ainda não foi confirmada oficialmente, mas com a divulgação feita pela Globo, é considerada um dado quase certo. O principal conglomerado de comunicação do Brasil possui conexões de longa data com a CBF e não se arriscaria a comprometer seu prestígio abordando uma questão tão sensível para um povo devotado ao futebol. Portanto, espera-se Ancelotti, sem que se tenha certeza de quando ele virá.

Desde a veiculação do furo pela Globo, a coletividade futebolística no Brasil foi acesa. Os meios de comunicação discutem os supostos prejuízos de aguardar um ano por Ancelotti para assumir a equipe, após ele terminar seu contrato com o Real Madrid no verão europeu de 2024. Esse é o debate corrente no país, inflamado pelas perspectivas de lendas do esporte, como Romário. O ícone do futebol e campeão da Copa de 1994 considera perigoso desperdiçar um ano de preparação no exterior para o Mundial de 2026 sem um técnico. Vale lembrar: o começo das eliminatórias sul-americanas é em 2023, com seis confrontos até o final do ano, contando com o embate eletrizante contra a Argentina, detentora do título mundial.

Quem detém o poder?

Mas pode haver outro perigo na indicação de Ancelotti que ainda não entrou no debate. A CBF enfrenta uma década de mudanças súbitas na presidência, com ex-presidentes sob investigação (Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero) ou até encarcerados por corrupção (José Maria Marín). O presidente vigente, Ednaldo Rodrigues, é um dirigente de percurso modesto, que só assumiu a presidência da entidade máxima do futebol no país após o afastamento de Rogério Caboclo por acusações de assédio sexual. Isso indica que nos encontramos em uma era de patente instabilidade política. Em consequência, a influência nas decisões acerca do futuro da equipe nacional foi distribuída para outros atores relevantes.

A influência dos atletas

Atletas que jogaram nas duas últimas Copas do Mundo, como os defensores Marquinhos e Danilo, declararam abertamente seu envolvimento em diálogos com Ednaldo Rodrigues a respeito da indicação do substituto de Tite. A mídia local tem reportado com frequência que Ancelotti é o preferido unânime entre os atletas de ponta do plantel, um grupo encabeçado por astros que atuam com o italiano no Real Madrid, tais como Vinicius Junior, Eder Militão e Rodrygo, além de Casemiro, que atualmente defende o Manchester United mas já foi liderado por Carletto anteriormente.

Isso pode significar que, se a chegada de Ancelotti se confirmar, esse grupo de gestores adquirirá maior influência política visando o próximo Campeonato do Mundo. Nesta hipótese, o técnico ficará restringido em relação a testar novos talentos, para não abalar o projeto em termos diplomáticos. Todavia, a maioria dos jogadores desse núcleo já possui experiência em duas edições da FIFA World Cup, num momento em que seleções nacionais de prestígio costumam promover mudanças geracionais.

Um esquadrão envelhecido em 2026?

Casemiro, com 31 anos, segue em plena forma e terá 34 anos na próxima Copa do Mundo na América do Norte. Isso quer dizer que o volante não conseguirá manter o desempenho elevado atuando pelo Brasil? Atualmente é uma incógnita, apenas o futuro poderá revelar. Entretanto, outros jovens talentosos da mesma posição podem ter seu desenvolvimento afetado ao vestir a camisa canarinho, caso Ancelotti de fato reserve um lugar para o jogador do United. Entre os postulantes estão Bruno Guimarães (25), Douglas Luiz (25), Danilo (22, do Nottingham Forest) e Andrey Santos (19).

A situação pode ser percebida em outras áreas do time, especialmente na defesa, com Alisson (30), Ederson (29), Marquinhos (29) e Danilo (31, da Juventus). A mesma análise pode ser feita quanto a Neymar (31), o eminente do PSG que faltou nos últimos amistosos da Seleção — e não esteve presente na conversa com o presidente da CBF —, mas também se manifestou publicamente a favor de Ancelotti. Caso venha ao continente sul-americano, o italiano terá que considerar contar com o controverso jogador para 2026, enfrentando o “pacote” conhecido por contusões e celebridade, somado ao envelhecimento.

É complicado pensar, mas o Brasil já sofreu duas derrotas nos três jogos de 2023 (contra Marrocos e Senegal), todos sem Neymar. Como os entusiastas frequentemente expressam nas mídias sociais: “Sem Ney, sem comemoração!

Com a presença ou não de Neymar, há a expectativa de que a nova liderança entre os atletas se faça com figuras que provavelmente terão uma longeva jornada vestindo a amarelinha, como Vinicius Junior e Rodrygo, ambos com 22 anos. Um indicativo do que virá está na estreia das eliminatórias ainda este ano.

Por gentileza, diga SIM – ou NÃO

De todo modo, espera-se ansiosamente por notícias após dois Mundiais desapontadores sob a batuta de Tite, concluídos nas quartas de final. Para os entusiastas do futebol, não é suficiente apenas triunfar sobre o Equador, o Peru e outros durante quatro anos, só para chegar ao clímax e falhar diante de seleções europeias. Face a essa realidade, indaga-se: Ancelotti orientará seu projeto em torno de veteranos renomados ou renovará a Seleção com novas promessas? Será que o consagrado técnico conseguirá fundir essas duas esferas?

Bem, antes de tudo ainda carecemos de um enfático “Sim, estou a bordo” de Carletto.

Sair da versão mobile