Na celebração dos 44 anos do Partido dos Trabalhadores, na última quarta-feira, o chefe de estado Luiz Inácio Lula da Silva expressou críticas à tolerância do aparato judiciário perante pessoas abastadas, apontando de forma específica para o atleta de futebol Daniel Alves. Lula declarou que “Olha, o Daniel Alves pode ser liberado se desembolsar um valor. Diziam no Nordeste ‘quem possui 20 mil-réis não vai para a cadeia’. E percebemos que essa regra antiga ainda prevalece.”
Destaca-se a relevância de observar que o Judiciário da Espanha anuiu, com restrições, em soltar Alves, imputado por violação em Barcelona, desde que ele efetue o pagamento de uma caução de 1 milhão de euros (o que equivale a aproximadamente R$ 5,4 milhões). Lula repudiou a noção de que recursos financeiros possam atenuar a seriedade da agressão sexual, acentuando que “O patrimônio de Daniel Alves, ou qualquer quantia que lhe seja fornecida como empréstimo, não tem a capacidade de resgatar a dignidade que um homem retira de uma mulher ao perpetrar um estupro.”
Para conquistar a liberdade, Alves necessitará consignar seus passaportes do Brasil e da Espanha, apresentar-se perante o tribunal toda semana e manter uma distância mínima de 1 km da vítima. Seguindo uma proposição de sua defesa na terça-feira anterior, que sugeriu uma caução de 50 mil euros (algo em torno de R$ 273 mil), Alves, presente por meio de vídeo, assegurou que não evadiria da Espanha durante a realização do julgamento.