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CBF atenua denúncias de manipulação nos placares das competições de futebol no Brasileirão

CBF minimiza acusacoes de fraude em resultados de partidas

Imagem: Agência Senado / Geraldo Mangela

O mandatário da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Wilson Luiz Seneme, descartou veementemente as queixas apresentadas sobre suposta manipulação nos placares de partidas do Campeonato Brasileiro.

No decorrer da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) acerca da Fraude em Competições e Apostas Esportivas, o dirigente foi categórico ao declarar que as acusações proferidas por John Textor, maior investidor do Botafogo, não possuem fundamento.

CBF repreende o proprietário do Botafogo

“No que diz respeito à CBF, nulo. Eu atribuo ‘zero por cento' de possibilidade. Com a vivência que possuo, não presenciei nem identifiquei qualquer indício que pudesse ser considerado e se converter em alguma forma de fraude esportiva”, declarou Seneme.

“Falhas na arbitragem acontecem. No entanto, confundir um deslize de um juiz com uma acusação de fraude esportiva, a meu ver, constitui uma atitude temerária”, adicionou.

De imediato, o presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), intensificou seu questionamento ao empresário americano. “Caso (John Textor) não comprove nada, ele deve ser expurgado do futebol nacional e deportado do Brasil pela agitação provocada.”

Portanto, o que teria transpirado, conforme John Textor, trata-se de uma suposta adulteração de imagens pelo árbitro de vídeo (VAR) durante um jogo que envolveu o clube Carioca (Botafogo) e o Palmeiras.

O expositor da CPI, senador Romário (PL-RJ), indagou Wilson Seneme sobre a confiabilidade do sistema utilizado pela CBF. “O VAR não é só do Brasil. É o VAR da FIFA”, foi a resposta dele.

“O procedimento operacional da tecnologia VAR e a maneira como os juízes conduzem seus trabalhos são uniformes na China, Japão, Inglaterra, Paraguai, Brasil e Argentina. Segue-se um padrão global”, pontuou o chefe da Comissão de Arbitragem.

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) apresentou um vídeo postado por John Textor em uma plataforma de mídia social durante a sessão. A gravação refere-se ao embate entre Botafogo e Palmeiras, no qual um jogador do time preto e branco foi expulso.

Contudo, para o magnata do Botafogo, os juízes do VAR se omitiram ao não exibir ao árbitro central cenas que poderiam ter prevenido dita expulsão.

O jogo de apostas corrompe o futebol?

Entretanto, para o senador Eduardo Girão (Novo-CE), ex-presidente do Fortaleza Esporte Clube em 2017, a influência das casas de aposta corrompe o esporte. Ele reprovou as ações de publicidade de firmas de apostas em torneios patrocinados pela CBF.

“A divergência de interesses para mim é patente. Enquanto gestor de equipe, sou radicalmente contrário. Penso que estamos comprometendo o potencial lucrativo do futebol. As pessoas se questionam se estão presenciando uma disputa autêntica ou armada. E o que é mais grave: um considerável número de brasileiros se encontra em dívida”, declarou.

A conferência pública ainda teve a participação do Diretor de Governança e Compliance da CBF, Hélio Santos Menezes Júnior. De acordo com Menezes, a federação adotou providências para coibir a deturpação de placares. Isso engloba termos de cooperação entre a CBF, o Órgão Policial Federal e os Ministérios Públicos dos Estados e da União.

Após o ato público, os legisladores realizaram um encontro a portas fechadas. Ao longo deste encontro sigiloso, membros da CBF teriam disponibilizado esclarecimentos acerca do funcionamento do VAR.

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