O Atlético Mineiro entrou com um pedido de reconsideração junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), buscando autorização para disputar seus jogos na Arena MRV, ainda que com obstáculos fechados, até que os incidentes ocorridos na final da Copa do Brasil contra o Flamengo sejam julgados. A equipe mineira argumenta que deve ter o direito de defesa para evitar a interdição completa do estádio. Abaixo, entenda os argumentos do clube e os próximos passos nessa disputa judicial.
Entenda a Interdição da Arena MRV
A Arena MRV, estádio do Atlético-MG, foi interditada pelo STJD em razão de episódios de tumulto e infrações cometidas por torcedores durante uma final contra o Flamengo. O Galo foi denunciado pela Procuradoria do STJD com base nos artigos 211 e 213, Incisos I, II e III, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que preveem julgamentos como multa, interdição e perda de mando de campo para clubes que falhem em garantir a segurança em eventos esportivos.
Segundo a CBJD, em casos de interdição de estádio, o Regulamento Geral de Competições da CBF exige que o clube transfira os jogos para uma localização a, pelo menos, 100 milhas de distância do local original. No entanto, o Atlético-MG contesta a decisão de realizar as partidas com obstáculos fechados, já que o regulamento não menciona tal condição, ou que o clube considera uma inconsistência na decisão do tribunal.
Argumentos do Atlético-MG no Pedido de Reconsideração
Diante dessa decisão, o Atlético-MG busca anular a necessidade de deslocamento para outros estados, com o objetivo de jogar na Arena MRV sem a presença de público, caso o STJD mantenha a interdição. A defesa do clube será apresentada nos próximos dias, e o Atlético-MG espera que o STJD considere a possibilidade de ouvir seus argumentos antes de uma decisão definitiva.
Na defesa, o clube destaca que alguns dos torcedores envolvidos nos tumultos já foram identificados e estão sendo responsabilizados. No dia do jogo, a Polícia Militar converteu 16 pessoas, das quais 12 foram detidas por incitação ao tumulto, ameaças e injúria racial. A direção do clube argumenta que esses esforços para identificar os infratores demonstram o compromisso do Atlético-MG com a segurança no estádio.
Impacto da Decisão no Jogo Contra o Botafogo
O próximo jogo do Atlético-MG como mandante está marcado para o dia 20, contra o Botafogo. Sem uma definição sobre a realização da partida na Arena MRV ou em outro estádio, o clube se vê em uma situação de incerteza logística e financeira. Caso o STJD mantenha a necessidade de o jogo ocorrer a pelo menos 100 milhas de Belo Horizonte, o Atlético poderá ter que mandar uma partida fora de Minas Gerais, o que geraria desafios adicionais e custos logísticos.
Alternativas como os estádios Mineirão e Independência ainda não estão descartadas, mas dependem da decisão final do tribunal. A diretoria do Atlético argumenta que jogar em seu próprio estádio, mesmo com portões fechados, proporcionaria maior conforto aos atletas e à comissão técnica, além de preservar o espírito de “jogar em casa”.
Nota Oficial do Atlético-MG
Após a determinação do STJD, o Atlético-MG divulgou uma nota oficial criticando a falta de oportunidade de defesa antes da decisão judicial. O clube afirma que o direito à ampla defesa é fundamental para uma decisão justa e equilibrada. Leia a nota completa divulgada pelo clube:
“Sobre o pedido de interdição da Arena MRV, o Atlético informa que, pelo fato de o STJD não ter oportunizado ao CAM o exercício do direito de defesa, o Clube apresentará um pedido de reconsideração. O pedido será fundamentado em tudo que foi e está sendo feito pelo Galo em relação à segurança da Arena MRV. O Atlético irá cumprir a ordem do STJD, mas entende que a garantia do direito à ampla defesa é indispensável para a construção de uma decisão justa”.
Com essa nota, o Atlético-MG reforça sua postura de respeito à decisão judicial, ao mesmo tempo em que questiona a legitimidade da interdição antes de uma oportunidade de defesa plena.
Medidas de Segurança Implementadas pelo Atlético-MG
O clube ressalta que já vem adotando várias medidas de segurança e monitoramento na Arena MRV, que incluem o uso de câmeras de segurança e a presença de segurança privada, além do apoio da Polícia Militar durante os jogos. Essas ações visam garantir a segurança dos torcedores e evitar novos incidentes. A direção do Atlético alega que esses investimentos foram feitos para assegurar um ambiente seguro e responsável no estádio, demonstrando o compromisso do clube com o bem-estar dos seus torcedores e a integridade do evento esportivo.
Precedentes de Decisões Similares no STJD
Para reforçar o pedido de reconsideração, o Atlético-MG poderá se basear em precedentes de decisões em que o STJD optou por penalidades mais brandas ou soluções alternativas para evitar prejuízos financeiros e operacionais aos clubes. Em casos anteriores, o tribunal autorizou que clubes jogassem em seus estádios com portões fechados, desde que medidas corretivas fossem tomadas.
O Galo acredita que o tribunal pode considerar esses precedentes para ajustar sua decisão. Manter o jogo em Belo Horizonte, mesmo que sem torcida, seria menos prejudicial do que uma mudança para um local distante, pois evitaria que o clube enfrentasse ainda mais custos e logística.
Expectativas da Torcida e do Clube para os Próximos Jogos
A torcida do Atlético-MG, embora compreenda a necessidade de manter a ordem nos estádios, espera uma solução que permita ao clube seguir jogando na Arena MRV. Para os torcedores, ver o tempo jogando em seu novo estádio representa um momento de conexão com o clube e com a cidade. Mesmo que os jogos sejam realizados sem a presença da torcida, jogar na Arena MRV é uma questão de orgulho e identidade para os atleticanos.
Para o clube, a interdição representa não apenas uma limitação financeira, devido à ausência de receita de bilheteria, mas também um impacto no desempenho do tempo, que perde a vantagem do fator local. Assim, o Atlético-MG segue na expectativa de uma resposta positiva do STJD para o seu pedido de reconsideração.
O Futuro da Arena MRV e a Decisão do STJD
O caso envolvendo a interdição da Arena MRV levanta discussões importantes sobre a responsabilidade dos clubes em relação ao comportamento de suas torcidas e as deliberações aplicadas pelo STJD. A decisão do tribunal nas próximas semanas terá implicações não só para o Atlético-MG, mas também para outras equipes e para o próprio regulamento da CBF. Enquanto aguarda o julgamento, o Galo segue trabalhando para reverter a interdição e garantir que possa jogar em seu estádio, preservando a vantagem do mando de campo.
O Atlético espera que o STJD reconsidere a medida e permita que a Arena MRV receba os jogos do time, mesmo que com obstáculos fechados, garantindo, assim, que o clube tenha condições de seguir competindo com o mínimo de prejuízo.
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